domingo, 20 de fevereiro de 2011

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO DIA 20 DE FEVEREIRO DE 2011

Ao me deparar com as novas matérias do jornal O Globo desse fim de semana, somadas às notas aqui e ali de picuinhas derivadas, sinto-me no dever de continuar a esclarecer aos meus amigos e eleitores acerca desses assuntos.

Completará três meses amanhã, 21 de fevereiro, que O Globo, através do repórter Chico Otávio, iniciou uma campanha contra mim fazendo-me explicar, em discurso na Câmara dos Deputados, em 24 de novembro de 2010, os reais motivos dessa campanha e sobre a qual não vou ficar repetindo.

Esse repórter aborda a todos que, por ventura, queiram falar de mim. Procura amigos, desafetos, vasculha a minha vida e a de todos que, em algum dia, se relacionaram comigo. Delira, apresentando às pessoas supostos fatos, tentando obter a confirmação para novas publicações, etc. Em resumo, faz da sua atividade profissional única e exclusivamente tentar me denegrir.

Aliado a isso, eu já o processo, como processo vários outros jornalistas de O Globo. Em nome dessa fúria contra mim, passaram (e passam) por cima de qualquer jornalismo sério e ético, onde versões viram fatos, não sou ouvido e, quando fazem a benevolência de me ouvirem, enviam um e-mail com uma pergunta simples para legitimar toda a matéria que querem produzir.

Quem vive o meio e conversa com jornalistas de outros órgãos ou com pessoas isentas, salta aos olhos a campanha, que, não tenham dúvidas, visa mesmo a buscar a  me destruir e todos que estão a minha volta ou estiveram irão  juntos, se não me largarem. É assim que a situação está sendo conduzida.

Falam muito que processo jornalistas demais e aí, pergunto: Qual jornalista da Folha de S.Paulo ou da Veja que processei na minha vida? E não me digam que esses veículos não publicam matérias desfavoráveis a mim, mas o fazem respeitando a minha versão. Mesmo em O Estado de S. Paulo, processo colunista que tem conteúdo de opinião, jamais processei o jornal por matéria publicada. Além disso, os outros processos são sempre derivados de matérias originadas de O Globo ou de veículo de suas organizações. Agora, que caminho me resta para tentar reparar a minha honra se não for o processo? Não tenho tido nem o mais elementar do direito de defesa que é o contraditório.

Faço esse desabafo para a reflexão dos que lerem-no. Isso, evidentemente, sem nunca deixar de responder a qualquer acusação ou insinuação ou à mera intriga ou mentira política.

Falam muito de indicações políticas. No governo do presidente Lula - como já falei - só indiquei, junto com a bancada do meu partido no Estado, que à época eram de dez deputados, o ex-prefeito Luiz Paulo Conde, que era inclusive à época secretário de Estado do governo de Sergio Cabral, para a presidência de Furnas, ou seja, uma das seis diretorias que Furnas possui e que na sua governança, o poder dos  votos são iguais. Ora, eu era um décimo de uma bancada e ajudei a nomear um sexto da empresa, logo é matemático: eu era 1/60 avos da indicação da empresa, ou não é isso? Não é verdade que eu tenha indicado quem quer que seja para qualquer cargo na estrutura de Furnas, nunca coloquei os pés lá e nem sei quem ocupava o quê lá.

No governo da presidenta Dilma, sequer tenho cargo e tampouco pedi algum. Não que eu tenha algo contra político indicar, mas eu não o fiz. Agora, é engraçado ver todos brigando por cargos e alguém com um mínimo de inteligência acreditar que eu, sozinho, teria poder para indicar 19 cargos, como afirma o jornal O Globo.

Temos de acabar com essa hipocrisia. Quem está sendo nomeado hoje para ocupar cargo foi indicado por quem? Foi concurso público? Até nós, que fomos eleitos deputados, senadores, governadores e vice, presidente e vice, tivemos que nos submeter a um concurso público para sermos candidatos, ou foi um processo meramente político? Não enfrentamos convenções partidárias, fizemos coligações antes de sairmos às ruas e pedirmos votos? Os ministros não foram indicados por partidos ou interesses políticos? E, além disso, será que o fato de indicarmos alguém que naquele momento possuía reputação ilibada e competência para a função nos torna responsável pelos seus atos onde trabalharem? A quem os indicados são subordinados? E, será que pelo fato de termos indicado alguém em algum momento somos responsáveis por todos os atos e empregos da vida profissional futura dessas pessoas? Será que elas não poderão mais trabalhar?

Se depender do conteúdo das reportagens de O Globo, quem, por ventura, um dia se relacionou comigo está condenado ao resto da vida a não mais trabalhar e todos os seus atos e empregos serão de minha responsabilidade. É lastimável o que o jornal O Globo tenta impor à opinião pública. Resta a essa mesma opinião pública discernir sobre quem está com a verdade. Afinal, versões nem sempre correspondem aos fatos. Curiosamente, no passado, já assistimos a esse filme de perseguição com os mesmos perseguidores e outras vítimas.

Também quero aproveitar e sugerir algumas pautas ao O Globo que, certamente, devem ser de “minha responsabilidade”, tais como as chuvas da Região Serrana, a fuga dos traficantes do Complexo do Alemão, o apagão do Nordeste, a aposentadoria do Ronaldo “fenômeno”, a perda do Corinthians na Taça Libertadores e, talvez, por eu ter participado da CPI do apagão aéreo, da queda do avião da TAM e quem sabe até a do avião da Air France. Talvez eu, há 30 anos, tenha nomeado o Mubarak para ditador no Egito, ou nomeado o Kadafi, na Líbia, dentre outros fatos que, certamente, também são da “minha responsabilidade”.

Ass.: deputado Eduardo Cunha
Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2011

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